A “cultura” do suicídio na China

Escrito por Claudia Gutiérrez Ercasi | 08 Maio 2011
Internacional – China

Há evidência clínica que indica que após um aborto podem se apresentar atitudes suicidas devido à dor da perda e a depressão. Além disso, a preferência pelo varão nas zonas rurais leva ao infanticídio e ao aborto seletivo de meninas. A doutrina de Confúcio, como filosofia e religião, é a influência cultural mais importante da China. A atitude para a morte, inclusive o suicídio, tem a ver com virtudes confucianas.

O aborto está fortemente associado ao incremento de suicídios

56% das mulheres que se suicidam no mundo são chinesas. Uma média de 280.000 pessoas tiram a própria vida a cada ano no país (uma morte a cada dois minutos), das quais mais de 150.000 são mulheres, segundo dados do Ministério da Saúde chinês.

O gigantesco país asiático, que acolhe 20% da população mundial (1.260 milhões de habitantes), registra um quarto do total de suicídios no mundo e é um dos poucos países onde o índice é superior na mulher. Trata-se da quinta causa de mortandade na China e a primeira entre as jovens de 15 a 34 anos que vivem em zonas rurais.

Liu, de 18 anos, havia tentado se suicidar cinco meses antes porque seus superiores decidiram ampliar seis meses mais sua condição de aprendizagem em uma fábrica de porcelana. Para ela representou uma humilhação. Sua supervisora a acusava de não trabalhar de forma independente e de andar sempre discutindo com as outras companheiras. Na véspera de sua morte, a supervisora voltou a repreendê-la e desta vez sua irmã interveio para defendê-la, o que aborreceu ainda mais sua chefe que chegou a dizer: «Sim, eu me mostro hostil com sua irmã e embora tente se suicidar de novo para me ameaçar, não me importa». Liu apareceu sem vida na manhã seguinte.

Assumido na cultura. Recurso não mal visto

Nunca, até agora, o governo chinês havia prestado atenção a este grave problema, e só muito recentemente se começou a estudar as causas que levam a cada ano dois milhões de pessoas a tentar acabar com sua própria vida (das quais 1.5 são mulheres). Uma das razões é que o recurso ao suicídio esteve, ao longo da história, muito enraizado na cultura e nos valores do país. Não existe um tabu social ou religioso que o proscreva. Na cultura oriental, tirar a própria vida considerou-se uma forma de expressão em si mesma, «um protesto em silêncio», enquanto se despreza a exteriorização das emoções.

A dimensão do drama, agora qualificado como problema sanitário de primeira ordem, levou as autoridades a traçar o Plano Nacional para a Prevenção do Suicídio, que será implementado dentro de dois anos. Na iniciativa intervirão a Organização Mundial da Saúde (OMS) e experts internacionais como Michael Phillips, diretor executivo do Centro para a Investigação e Prevenção do Suicídio (CIPS) da capital chinesa.

São múltiplos os fatores sociais, filosóficos e históricos que intervêm nesta cultura do suicídio. Por uma lado, a China vive desde 1978 um acelerado desenvolvimento econômico que trouxe consigo mudanças radicais à vida da população. Marés de migração do campo para a cidade, política de um só filho, fechamento de centenas de empresas estatais, desemprego, fim dos benefícios sociais e do trabalho de uma vida inteira, liberalização da maior parte dos setores econômicos e crescente cultura do consumo e do dinheiro.

O problema agrário

Estas mudanças, que na teoria afetaram mais a vida nas cidades, não se refletiram do mesmo modo no que se refere ao suicídio da mulher. Enquanto a mulher urbana aceitou a restrição do filho único em favor de uma melhor qualidade de vida, maiores recursos e oportunidades, no campo os filhos contribuem para a economia familiar e são o fundamento das mesmas.

Para Phillips, que explica este fenômeno, a chave está na enorme influência do controle da natalidade sobre o suicídio na mulher rural.

No campo, os casais podem solicitar permissão para um segundo filho se o primeiro é menina, e são os funcionários do gabinete local para o controle da natalidade que estabelecem o momento adequado para a gravidez a partir de quotas regionais. O aborto está fortemente associado ao incremento de suicídios. Há evidência clínica que indica que após um aborto podem apresentar-se atitudes suicidas devido a dor da perda e a depressão, e a mulher chinesa se vê pressionada a abortar quando não consegue evitar gravidez não desejada. Além disso, a preferência pelo varão nas zonas rurais leva ao infanticídio e ao aborto seletivo de meninas.

Por outro lado, no entorno rural continuam-se arranjando casamentos entre famílias e persiste a submissão da mulher a seu pai, primeiro, e a seu esposo e sogra, depois. A mulher abandona sua família para passar à do marido, à qual contribui com seu trabalho, os filhos e o cuidado dos mais velhos (daí a preferência pelo filho varão). A isto soma-se uma escassa alfabetização, falta de oportunidades e pouca auto-estima. Segundo estimativas, ao menos 40% das mulheres casadas sofre algum tipo de violência por parte do marido.

A preferência pelo varão gerou um profundo desequilíbrio, dado que para cada 100 mulheres da última geração, há 120 homens. Isto levou ao comércio de mulheres, que são raptadas por bandos organizados. Os camponeses solteiros pagam entre 250 e 500 euros por uma jovem e, embora não haja cifras exatas, calcula-se que a cada ano vendem-se dezenas de milhares. Algumas conseguem escapar, porém lhes dá tanta vergonha que muitas vezes não voltam para sua família. Uma enorme pressão psicológica.

E um último fator, embora não menos alarmante. Há já uma década falava-se do filho único como uma «bomba de relojoaria». Estes jovens estão submetidos a um tremendo stress em seus estudos. Sofrem uma pressão permanente por parte de seus pais e avós, que põem em seu futuro acadêmico todas as suas esperanças, ao mesmo tempo que os protegem em excesso. Isto converte-os em pessoas incapazes de assimilar fracassos ou desenganos amorosos, o que explica muitos suicídios entre a população jovem.

 

Fonte: Forum Vida

Tradução: Graça Salgueiro

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No dia internacional da Mulher minha comemoração é lutar pelas mulheres

Trata-se de um dia que historicamente marcado por sangue, lutas e lágrimas das mulheres que nos antecederam e lutaram para que hoje pudéssemos ter um relacionamento mais igualitário que ainda longe do ideal, bem o sabemos. Infelizmente para grande parte das mulheres neste planeta não há alegria e celebrações. Quem já leu sobre GENEROCÍDIO   vai se inteirar da triste condição femininia no mundo. O link está abaixo, postei em 2006 e desde então me dedico a esta causa, que considero um dever e uma obrigação moral.

https://gaivotanoazul.wordpress.com/2006/03/10/generocidio/

Mais de 700 mil mulheres são vendidas anualmente para a prostituição e os amantes do sexo recreativo e da prostituição real ou virtual, deveriam considerar que atrás das fotos e filmes pornôs há muito sofrimento e escravidão. Cada vez que alguém consome esses produtos faz rodar o comércio cruel em que a mulher é a mercadoria sem alma.


Em grande parte deste planeta milhares de meninas são submetidas a mutilação genital, que como sabem, é a retiranda com uma gilete dos orgãos genitais femininos. Quem já viu um documentario sobre o assunto sabe que é chocante e doloroso escutar os gritos daquelas meninas sendo agarradas e mutiladas. Os números são estarrecedores, refletem a triste realidade de que para elas o dia internacional da mulher ainda é um sonho distante…

 

http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=11889:dia-internacional-de-tolerancia-zero-a-mutilacao-genital-feminina&catid=88:mulher-e-lgbt&Itemid=100

 

O dia 6 de Fevereiro marca o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, foi escolhido para denúnciar esta prática que ainda existe em pelo menos 28 países de África e do Médio Oriente, como ainda na Ásia e em comunidades emigrantes na Europa, América do Norte e Austrália.


O que é a Mutilação Genital Feminina?

A mutilação genital feminina (MGF) é uma prática em que uma parte ou a totalidade dos órgãos sexuais de mulheres e crianças são removidos. Há vários tipos, que por sua vez têm gravidadas diferentes. Segundo as várias tradições são removidos o clítoris ou os lábios vaginais. Uma das práticas de maior gravidade – chamada infibulação – consiste na costura dos lábios vaginais ou do clítoris, deixando uma abertura pequena para a urina e a menstruação. Aproximadamente 15 % das mutilações em África são infibulações. A MGF é levada a cabo em várias idades, desde depois do nascimento até à primeira gravidez, tendo a maioria lugar entre os quatro e oito anos.

Como é praticada a MGF?

A MGF pode ser realizada em clínicas por médicos, mas mesmo desta maneira, com anestesia, trata-se de mutilação genital feminina. No entanto, a maioria dos casos são realizados por mulheres da comunidade em que vive a mulher ou criança, com instrumentos de corte inapropriados (faca, caco de vidro, ou navalha). Estes instrumentos são raramente esterilizados e anestesiados, podendo levar à transmissão da SIDA ou HIV, ou à morte. Em casos de infibulação, podem ser usados pontos ou espinhos para “manter” os lábios vaginais juntos, tendo as raparigas de ter as pernas atadas durante quarenta dias.

A MGF não é um costume inofensivo. Causa danos físicos e psicológicos irreversíveis, podendo ainda levar à morte de raparigas de todas as idades. Esta mutilação viola o direito da jovem a desenvolver-se psico-sexualmente de um modo saudável e natural. O que também deve ser considerado são os custos do tratamento contínuo devido às complicações físicas e psicológicas. A MGF é uma ofensa grave aos direitos humanos em geral, e aos direitos da mulher e criança, em especial.

Efeitos da MGF

Os efeitos da MGF podem, como acima referido, levar à morte. Na maioria dos casos, os efeitos consistem em infecções crónicas, sangrar intermitentemente, abcessos e pequenos tumores benignos no nervo, causando desconforto e extrema dor. A infibulação pode ter efeitos mais duradouros e mais graves, incluindo: infecção crónica do tracto urinário, pedras na vesícula e uretra, danos aos rins, infecções no tracto reprodutor devido a obstruções do fluxo menstrual, infecções pélvicas, infertilidade, e tecido excessivo da cicatriz. Durante o parto, o tecido cicatrizado existente nas mulheres mutiladas pode romper. Mulheres infibuladas, que têm os lábios vaginais fechados, têm de ser cortadas para deixarem espaço para a criança nascer. Depois do parto, têm de voltar a ser “fechadas” para assegurar o prazer dos maridos.

Efeitos sobre a sexualidade

A MGF pode tornar a primeira relação sexual da mulher muito dolorosa, sendo mesmo perigosa no caso da mulher sofrer um corte aberto. Em certos casos, as relações sexuais das mulheres continuam dolorosas ao longo da vida.

Efeitos psicológicos

Os efeitos psicológicos da MGF são mais difíceis de investigar do que os efeitos físicos. Alguns destes efeitos incluem ansiedade, terror, humilhação e traição, todos dos quais terão possíveis efeitos de longa duração. Alguns especialistas sugerem que o choque e trauma da “operação” podem contribuir para os comportamentos “mais calmos” e “dóceis”, considerados características positivas em sociedades que praticam MGF. 

Adicionalmente, quando ocorrem problemas, estes são raramente atribuídos às pessoas que executam a operação. Na maioria dos casos, a suposta “promiscuidade” das raparigas é considerada a causa. Estas acusações podem aumentar os sentimentos de culpa, de humilhação e ansiedade destas raparigas.

Porque se faz MGF?

Muitas vezes são os pais que pagam ou iniciam a “prática”, para que as filhas possam casar com homens que não aceitariam mulheres não circuncisadas. Algumas culturas acreditam que os órgãos femininos são impuros e têm de ser purificados, e por isso erradicados. Esta prática permite que somente os homens possam desfrutar o prazer sexual. Também se pensa que a MGF melhora a fertilidade e desencoraja a promiscuidade sexual. No entanto, esta prática leva à frigidez das suas vítimas e os seus maridos evitam o relacionamento sexual com as suas esposas, procurando relacionamentos extraconjugais.

Manifestarem-se contra esta mutilação é extremamente difícil pois podem ser acusadas de se oporem às tradições ancestrais e aos valores familiares, tribais e religiosos, sendo mesmo acusadas de rejeitar o seu próprio povo e sua identidade cultural.

Identidade Cultural

Os costumes e as tradições são, por conseguinte, as razões mais citadas  para a MGF. O defunto Presidente do Quénia, Jomo Kenyatta, disse “a abolição…destruirá o sistema tribal”. Por estas razões, uma rapariga não é considerada uma adulta numa sociedade que pratica MGF, se não se tiver sido submetida à mutilação.

Identidade de Género

MGF é considerado muitas vezes necessário para que uma rapariga seja considerada uma mulher completa. Acredita-se que a remoção do clitóris e os lábios vaginais eleva a feminilidade da rapariga, sendo sinónimo da docilidade e obediência feminina. É muito possível que o trauma da mutilação tenha este mesmo efeito sobre a personalidade da rapariga, levando-a agir com tal docilidade e obediência. Quando a MGF faz parte de um rito, é muitas vezes acompanhada por uma sessão sobre o papel da mulher na sociedade.

Controlo sobre a sexualidade das mulheres e da reprodução

Em muitas sociedades, a razão dada para a MGF é a crença que esta prática reduz o desejo feminino para o sexo, reduzindo, portanto, as possibilidades de terem relações extraconjugais. Prevenir que as mulheres tenham relações sexuais “ilegítimas”, e “protegendo-as” de relações não queridas, é vital, pois a honra da família depende disto. No entanto, a infibulação não garante que não haja relações sexuais “ilegítimas”, visto que a mulher pode ser “aberta” e “fechada” várias vezes.

Em certas culturas, elevar o prazer sexual do homem é uma razão para a MGF, mesmo que os homens tendem a preferir mulheres não mutiladas como companheiras sexuais. 

Higiene, estética e saúde

A limpeza e higiene são outros factores de justificação. De facto, em certas sociedades, mulheres não mutiladas são consideradas sujas e não têm autorização de distribuir comida e água.

Quantas mulheres são afectadas pela MGF?

O segredo à volta da MGF e a protecção dos que a executam torna mais difícil de obter a informação correcta do número de mulheres afectadas pela MGF. No entanto, por volta de 135 milhões de mulheres sofreram MGF no mundo inteiro, subindo de 2 milhões de raparigas em risco de sofrer MGF por ano – aproximadamente 6000 por dia – para três milhões.

Em que países se prática MGF?

A MGF é praticada na maioria dos casos em África, mas também é comum em certos países do Médio Oriente. Também acontece, devido a comunidades imigrantes, em certas regiões da Ásia e do Pacífico, América do Norte, América Latina, e Europa.

Mais de 28 países Africanos praticam MGF:

·          Benin: Prevalência entre 30% e 50%. A prática abrange as várias religiões: a Muçulmana, a Cristã, e os Animistas. Raparigas são submetidas à MGF entre os cinco e os quinze anos, dependendo da comunidade em que vivem.

·          Burkina Faso: Prevalência de 78%

·          Camarões: Prevalência de 15%

·          República Central Africana: Prevalência de 35%

·          Chade: Prevalência de 40%

·          Costa do Marfim: Prevalência de 44.5%. Na Costa do Marfim, a MGF é mais comum em comunidades Muçulmanas (80%) do que em comunidades Católicas ou Protestantes (16%). Este rito de iniciação é geralmente praticado entre os quatro e sete anos.

·          Djibuti: Prevalência estimada entre 90% a 98%. A idade média das crianças submetidas ao ritual é entre os dois e os dez anos.

·          Eritréia: Prevalência de 95%, o ritual varia consoante a idade em que se pratica e a comunidade em que vive. Enquanto certas comunidades praticam o ritual por volta dos sete anos da criança, em certas comunidades cristãs, a cerimónia é praticada quarenta dias após o nascimento da criança, e certas comunidades muçulmanas, praticam MGF em crianças de 1 semana.

·          Etiópia: Prevalência entre 73% e 90%.

·          Gâmbia: Prevalência entre 60% e 90%. As raparigas sofrem este ritual desde algumas semanas após o nascimento até aos quinze anos de idade, dependendo da comunidade. Este ritual é efectuado com uma faca tradicional que é transmitida de geração em geração.

·          Ghana: Prevalência de 20%

·          Guiné: Prevalência de 60%

·          Guiné Bissau: Prevalência de 45%

·          Quénia: Prevalência de 38%, sendo a operação efectuada entre os sete e quinze anos de idade.

·          Libéria: Prevalência de 55%

·          Mali: Prevalência entre 15% e 20%. O ritual é tradicionalmente feito como preparação para o casamento, por volta dos catorze ou quinze anos. No entanto, visto que a idade em que as mulheres se casam tem aumentado, as idades de iniciação tem diminuído drasticamente, indo desde algumas semanas após o nascimento até aos doze anos.

·          Mauritânia: Prevalência de 55%

·          Níger: Prevalência de 11%

·          Nigéria Prevalência de 60%, variando entre alguns meses após o nascimento até antes do casamento. Já foram relatados casos em que a prática foi efectuada após a morte da mulher ou durante o parto.

·          Senegal Prevalência entre 15% e 20%. A idade média em que se pratica a MGF está situada entre os dois e os doze anos, dependendo dos grupos. Como é o caso em vários outros países, a idade em que se pratica este ritual está a diminuir, na maioria dos casos devido à oposição oficial da prática.

·          Serra Leoa: Prevalência entre 80% e 90%, praticada maioritariamente entre os onze e os quinze anos.

·          Somália: Prevalência de 99%

·          Sudão: Prevalência de 90%. O ritual é praticado em raparigas entre os cinco e os dez anos, com raras excepções em bebés.

·          Tanzânia: Prevalência de 18%, praticada geralmente entre os sete e os catorze anos. No entanto, desde a ratificação de uma lei proibindo a prática e o aumento de oposição das raparigas mais velhas, existem relatos em que a MGF é praticada em bebés.

·          Togo: Prevalência de 12%.

·          Uganda: Prevalência de 20%

Vários países da Ásia também praticam MGF:

·          Índia

·          Indonésia

·          Sri Lanka

·          Malásia

No médio oriente, a MGF é praticada nos seguintes países:

·          Egipto

·          Omán

·          Iémene

·          Emirados Árabes Unidos

A MGF também é praticada em grupos indígenas na América Central e do Sul, como por exemplo no Perú, mas existe pouca informação acerca deles. Devido à imigração, países onde anteriormente não se praticava MGF, têm agora sectores da população a praticá-la, incluindo:

·          Austrália

·          Canada

·          Dinamarca

·          França

·          Itália

·          Holanda

·          Suécia

·          Reino Unido

·          EUA

Testemunho de uma vítima de MGF:

“Sofri mutilação genital feminina aos dez anos. A minha defunta avó disse-me então que me iam levar perto do rio para executar uma espécie de cerimónia, e que depois me dariam muita comida. Como criança inocente que era, lá fui como uma ovelha para a matança.

Mal entrei no arbusto secreto, levaram-me para um quarto muito escuro e tiraram-me as roupas. Vendaram-me os olhos e despiram-me completamente. Depois, duas mulheres fortes levaram-me  para o local onde seria a operação. Quatro mulheres com força obrigaram-me a deitar-me de costas, duas apertando-me uma perna cada uma. Outra mulher sentou-se sobre o meu peito para eu não mexer a parte de cima do meu corpo. Um bocado de tecido foi-me posto dentro da boca para eu não gritar. Depois raparam-me os pelos.

Quando começou a operação debati-me imenso. A dor era terrível e insuportável. Enquanto me debatia cortaram-me e perdi sangue. Todos os que fizeram parte da operação estavam meios bêbados. Outros estavam a dançar e a cantar, e ainda pior, estavam nus.

Fui mutilada com um canivete rombo.

Depois da operação, ninguém me podia ajudar a andar. O que me puseram na ferida cheirava mal e doía. Estes foram momentos terríveis para mim. Cada vez que queria urinar, era forçada a estar em pé. A urina espalhava-se pela ferida e causava de novo a dor inicial. Às vezes tinha de me forçar a não urinar, com medo da dor terrível. Não me anestesiaram durante a operação, nem me deram antibióticos contra infecções. Depois, tive uma hemorragia e fiquei anémica. A culpa foi atribuída à feitiçaria. Sofri durante muito tempo de infecções vaginais agudas.” Hannah Koroma, Serra Leoa.

Existem Tratados Internacionais protegendo mulheres da MGF?

Existem vários tratados que proíbem práticas como a MGF e que têm de estar ratificados (não meramente assinados) para terem valor prático. Estes incluem:

§          Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos: reconhece a competência do Comité de Direitos Humanos para receber e considerar comunicações de indivíduos reclamando terem sido vítimas de violações de direitos humanos.

Assinado por: Guiné Bissau, Libéria.

Ratificado por: Benin, Burkina Faso, Camarões, República Central Africana, Chade, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Guiné, Mali, Níger,  Senegal, Serra Leoa (1996), Somália, Gâmbia (1988), Togo (1988), Uganda.

§          Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher: dá competência ao Comité sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, para receber e considerar comunicações de indivíduos reclamando terem sido vítimas de violações de direitos humanos.

Assinado por: Benin (2000), Libéria, Guiné Bissau, Ghana, Nigéria, Serra Leoa (2000)

Ratificado por: Burkina Faso, Camarões, Mali, Nigéria, Níger, Senegal (2000), Tanzânia (2006)

§          Convenção sobre os Direitos da Criança

Assinada por: Somália.

Ratificada por: Benin (1990), Burkina Faso, Camarões, República Central Africana, Chade, República Democrática do Congo, Costa do Marfim (1991), Djibuti, Eritréia, Ghana, Guiné, Guiné Bissau, Libéria, Etiópia (1991), Quénia (1990), Mali (1990), Mauritânia, Níger, Nigéria (1991), Senegal (1990), Serra Leoa (1990), Sudão (1990), Tanzânia (1991), Gâmbia (1990), Togo (1990), Uganda.

§          Convenção Contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes

Assinada por: Sudão (1986), Gâmbia (1985), Guiné Bissau

Ratificada por: Benin (1992), Costa do Marfim (1996), Mali (1999), mas não aceitam a competência do Comité Contra a Tortura em receber e considerar comunicações de indivíduos sobre o artigo 22 da convenção. Burkina Faso, Camarões, Chade, Djibuti (2002), Etiópia (1994), Guiné, Libéria, Quénia (1997), Mauritânia, Níger, Nigéria (2001), Senegal (1987), Serra Leoa (2001), Somália, Togo (1987), Uganda.

§          Protocolo Facultativo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, sobre os direitos da Mulher:

Assinado por: Camarões (2006), Chade (2004), Costa do Marfim (2004), República Democrática do Congo (2003), Etiópia (2004), Ghana (2003), Guiné (2003), Guiné Bissau (2005), Quénia (2003), Libéria (2003), Níger (2004), Serra Leoa (2003), Somália (2006), Tanzânia (2003), Uganda (2003).

Ratificado por: Benin (2005), Burkina Faso (2006), Djibuti (2005), Gâmbia, Mali (2005), Mauritânia (2005), Nigéria (2004), Senegal (2004), Togo (2005).

§          Carta Africana dos Direitos e do Bem-Estar da Criança

Assinada por: Serra Leoa República Central Africana (2003), Costa do Marfim (2004), Chade (2004), Djibuti (1992), Guiné Bissau (2005), Libéria (1992), Somália (1991)

Ratificada por: Benin (1997), Burkina Faso (1992), Camarões (1997), Eritréia (1999), Etiópia (2002), Gâmbia (2000), Ghana (2005), , Guiné (1999), Quénia (2000), Mali (1998), Níger (1999), Nigéria (2002), Serra Leoa (2002)Senegal (1998), Tanzânia (2003), Togo (1998), Uganda (1994).

Tendo estes Tratados em vigor mas sem serem ratificados por todos os países em questão, pouca mudança podem trazer. Contudo, mesmo tendo sido ratificado, a informação previamente explicada demonstra que vários países que ratificaram alguns destes Tratados continuam a praticar MGF e a violar os direitos destas mulheres e crianças.

É possível, então, eliminar a MGF?

A UNICEF declarou que esta prática “pode ser eliminada no espaço de uma geração”. No entanto, a diminuição da taxa de prática do ritual não indica uma diminuição global. Por conseguinte, para erradicar a MGF serão exigidos mais esforços por parte dos governos, pela sociedade civil, e pela comunidade internacional. Terão de ser influenciadas através de um empenho global colectivo. Líderes dos países em que se pratica MGF têm um papel importante para desencorajar esta prática. A Amnistia Internacional esforça-se para que os direitos destas mulheres e crianças sejam respeitados e acredita que com um empenho global colectivo se possa chegar ao objectivo desejado.

O que se pode fazer para ajudar estas mulheres?

A Organização Não Governamental CARE tem uma petição para por termo à Mutilação Genital Feminina. Esta petição pode ser assinada em:https://my.care.org/campaign/fgcpetition Não deixem de assinar a petição para que as atrocidades mencionadas acima deixem de ser praticadas.

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O Brasil é regado à sangue

Há quem ainda pense que o Brasil é um país de alegria. Não é. Aqui a terra é regada à sangue. Na cidade vivemos todos assustados com os constantes crimes, nas capitais e no interior de todo país. Uma ilusão falarmos em paz.

 

 

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¡Hola mundo!

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Falando sobre YouTube – Olavo de Carvalho – A politica do crime do PT

 

Parece que foi hoje a publicação deste video. Como está atual! Nada mudou.

YouTube – Olavo de Carvalho – A politica do crime do PT
 

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Falando sobre YouTube – Super Junior(슈퍼주니어) – 미인아 Miinah (Bonamana) MV

 

Lançado ontem os sul coreanos…Super Junior, com Bonamana….vão bombar! Eu adorei. Ouçam e comentem.

YouTube – Super Junior(슈퍼주니어) – 미인아 Miinah (Bonamana) MV
 

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Falando sobre YouTube – Nelson ned – O espírito de Deus está aqui.

 

Amigos/as meditem na beleza deste  belíssimo hino. Amanheci com ele na minha mente. Deus nos fala de muitas maneiras, hoje me falou através da letra desse louvor, que agora compartilho com vocês. Beijos

Rita

YouTube – Nelson ned – O espírito de Deus está aqui.
 

O Espirito de Deus Está Aqui

Nelson Ned

Composição: Benedito Carlos

O Espírito de Deus está aqui
Operando em nossos corações
Trazendo sua vida e poder
Ministrando sua graça e amor
Os feridos de alma são curados
Os cativos e oprimidos livres são
Os enfermos e doentes são sarados
Pois o Espírito de Deus está aqui
Pai eu quero contemplar
Tua glória e majestade
Pai eu quero Te adorar
Em Espírito e em verdade
Não apenas no átrio ou no santo lugar
Eu quero Te entronizar entre os querubins
Oh! Leva-me a sala do trono
Pelo novo e vivo caminho
Pelo sangue de Jesus eterno, sumo sacerdote
Oh! Leva-me a sala do trono
Pra te adorar Senhor.

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ORAÇÃO DA SERENIDADE

                     A maravilhosa Oração da Serenidade
 
Para todos, em todos os  momentos da vida, em que se busque paz e equilíbrio
para todos que lidam com vícios, dependências de toda e qualquer natureza
para os que estão lutando com problemas de todos os tipos
para os que estão trilhando os primeiros caminhos da fé
para  os de pouca ou nenhuma fé
para os que estão buscando respostas
para todo homem ou mulher
criança ou idoso, para todo aquele que busca a paz no meio da turbulencia,
recitar essas sábias palavras tem um efeito curativo inimaginável. Só os que já experimentaram podem atestar.
 
 

Oração para serenidade

Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar,

coragem para modificar aquelas  eu possa,

e sabedoria para que eu saiba distinguir a diferença:

vivendo um dia a cada vez, aproveitando um momento de cada vez;

aceitando as dificuldades como um caminho para a paz;

indagando, como fez Jesus, a este mundo pecador,

não como eu teria feito;

aceitando que o Senhor tornaria tudo correto se eu me submetesse à sua vontade

para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida

e extremamente feliz com o Senhor para sempre no futuro.

Amém.

 
 
 
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Dia Europeu de Luta contra Tráfico de Seres Humanos

Dando continuidade a um compromisso pessoal, estabelecido já há algum tempo, de apoiar as iniciativas em favor das vítimas de escravidão e contra o tráfico humano, em sua maioria mulheres e crianças, notificamos aos nossos leitores e amigos que está se comemorando o dia 17 de outubro uma data, posicionando-nos contra essa abominável prática na Europa. PRECISAMOS GRITAR BEM ALTO QUE O TRÁFICO EXISTE E É NECESSÁRIO FAZER ALGO.  Coloco a minha voz, a minha vontade, este blog e todas as minhas possibilidades para ajudar a lutar contra esse terrível crime.  Os demais continentes necessitam colocar-se da mesma forma que a Europa em relação a este tema.

Abraços, Rita.

 

PARIS, França (AFP) – O tráfico de seres humanos, a escravidão dos tempos modernos considerada uma prática muito lucrativa, continua se estendendo e destruindo vidas na Europa, denunciou uma ONG por ocasião do Dia Europeu de Luta contra Tráfico de Seres Humanos, que se comemora neste sábado, dia 17.

A organização "Juntos contra o tráfico de seres humanos", baseada em estimativas internacionais, afirma que o tráfico de pessoas é o terceiro comércio ilegal mais lucrativo, depois do tráfico de armas e de drogas, gera 27 bilhões de euros anuais.

Todos os anos, de 800.000 a 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico de seres humanos no mundo. Segundo a Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), a maioria dos países do mundo são afetados por esse triste fenôeno, seja como país de origem, de trânsito ou de destino das vítimas, principalmente mulheres e crianças.

O tráfico de seres humanos é definido pela Convenção do Conselho da Europa e pelo Protocolo de Palermo adicionado à Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Transnacional Organizada.

Diz respeito ao "recrutamento, transporte, transferência, abrigo e recepção de pessoas mediante ameaça de recurso ou recurso à força e outras formas de coação, mediante sequestro, fraude, engano, abuso de autoridade ou situação de vulnerabilidade, ou mediante a proposta ou a aceitação de pagamentos ou vantagens para obter o consentimento de uma pessoa que tem autoridade sobre a outra com fins de exploração.

A prática inclui "a exploração da prostituição ou outras formas de exploração sexual, trabalho ou serviços forçados, escravidão ou práticas análogas à escravidão, servidão ou extração de órgãos".

Segundo o informe 2009 da ONUDC, a maioria das vítimas é explorada sexualmente.

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